segunda-feira, 19 de julho de 2010

Quem sobe por gosto...

Terá partido do Nuno a escolha do trajecto do passado Domingo, que ficou marcado pelo regresso de alguns Moina à estrada depois de um período de ausência. Se a temível subida ao alto de Montejunto pela Abrigada é já difícil quando se atravessa um momento de forma razoável, é imensuravelmente mais complicada depois de duas semanas sem pegar na bicicleta, como era o meu caso. Os 2 Kg extra ganhos entretanto aliados ao 39x25 do costume constituíram uma bela duma receita para a desgraça que acabou por ser a minha prestação. Felizmente houve quem estivesse ao nível de defender mais condignamente as cores da equipa.

Na partida juntaram-se a maioria dos habituais notando as ausências do Carlos da Póvoa, do Luís "Focus" e do Rafael. Em Alverca juntaram-se três elementos do Moto-Avenida, cujos nomes não tive oportunidade de reter, e em Alhandra o Nuno. Rolou-se descontraidamente até pouco antes de Vila Franca, onde o António exagerou na dose e fez soar os primeiros alarmes na cauda do grupo, que viria ainda a ganhar outro elemento, desta feita o José, praticante de Atletismo do bairro da Icesa, que aparentemente se estreara à poucos a sua máquina de estrada.

Os quilómetros lá foram sendo percorridos pacificamente até ao início do calvário do dia, excepção feita à passagem pela rotunda que antecede Cheganças, onde saí do conforto do grupo e forcei um pouco o andamento para me destacar ligeiramente. Se há coisa que as pausas forçadas dão é a ilusão (não passa disso mesmo) de estarmos mais fortes e a tentação de fazer uso das pernas anormalmente "descansadas" nuns arranques. Claro que isto depois se paga...

Na passagem pela loja Rbikes da Ota as diferenças de ritmo foram mais evidentes, com o grupo a alongar-se e a fracturar-se obrigando a uma neutralização antes da Abrigada. A aproximação à subida foi feita com muita cautela. Procurei um posicionamento que minimizasse o esforço que se adivinhava e iniciei a longa ascensão no grupo da frente, de onde rapidamente se destacaram os elementos da Moto Avenida, o Carlos do Barro e o nosso amigo da Bianchi azul celeste cujo nome agora me escapa. Logo ali deu para perceber que a coisa iria ser mais complicada do que a última passagem em Abril. O 39x25 parecia ainda mais "curto" do que o costume, evidenciando assim a irrefutável realidade: que eram as pernas a estar em falta. Até à primeira fase de descanso foi uma luta com os pedais para não cair para o lado. Não conseguia arranjar posição confortável em pé e as costas começaram a ressentir-se. Na frente o quarteto ganhava distância suficiente para não mais voltar a ser visto. Os Josés entretanto também me ultrapassaram e pouco depois o Nuno, cuja roda consegui aproveitar. O Midas também chegou a distanciar-se um pouco na frente, aproveitando a secção a descer antes do cruzamento mais foi alcançado alguns minutos depois por mim e tê-lo-ia sido também pelo Nuno, não tivesse este último o azar de ver a corrente saltar duas vezes numa das secções mais complicadas da subida, situação que, de resto, o levou a proferir algumas expressões... menos próprias em plenos pulmões. Ainda equacionei a possibilidade de mas a prioridade era "sobreviver" e não me estava a ver capaz de ser capaz de retomar a marcha em tão inclinada fase da subida.

Até à saída para o quartel ainda consegui recolar ao grupo dos Zés, onde seguia também o António, mas assim que o terreno voltou a empinar voltei a perder metros que só iria recuperar durante a habitual neutralização no alto. Dos elementos da Moto Avenida nem sinal. Ou subiram e desceram antes de chegar à zona do quartel ou então seguiram directamente para Vila Verde. Esperamos alguns minutos no alto pelos restantes: Nuno, Pedro Fonseca, Midas e Jorge. O Tomané optou por não completar a última parte da subida, tendo apenas subido ao nosso encontro e voltar para trás quando nos avistou, sensivelmente a metade da última secção.

A descida para Vila Verde fez-se a grande velocidade e com vento pelas costas. Os fugitivos aguardavam na fonte situada à beira do cruzamento, de onde se percorreria apenas uma centena de metros até nova paragem, desta feita para café.

No retomar da etapa foi imposto um ritmo alto e apesar do terreno menos exigente e do vento favorável não havia maneira de o pulso baixar, sinal de que o esforço feito anteriormente tinha ultrapassado a barreira do "saudável". Na aproximação a Alenquer o Tomané acaba por aniquilar a escassa harmonia que ainda restava no grupo ao passar pela frente e ganhar alguns metros. Pouco depois os "tubarões" começaram a movimentar-se e o grupo fragmentou-se uma vez mais, com um pequeno grupeto a destacar-se na frente e a só ser alcançado na N1 em nova neutralização.

E como se a correria ainda não fosse suficiente fomos ainda presenteados com a companhia do Espalha-brasas-Mor, o Jony, que atravessa neste momento um pico de forma assombroso (bem a tempo da volta de Masters) e que de tempos a tempos lá foi dando uns abanões que estilhaçaram por completo o grupo. Antes de Vila Franca o Pedro ainda tentou sair (e bem) de trás tentando isolar-se mas foi só o Jony querer e a brincadeira acabou logo. Eu vinha já preso por arames e não fosse o Tomané oferecer-me um empurrão tinha ficado apeado na zona da Castanheira.

Em Vilafranca houve o tradicional sprint, que vi de longe, claro, com o Jony a impor-se mais uma vez e sem surpresas. Na pausa final em Alverca o meu cansaço contrastava com a disposição dos restantes, principalmente do Jony que parecia fresco que nem uma alface. Mas mesmo excluindo o "Pro", os restantes elementos dos Ciclomoina pareciam estar bem mais folgados do que eu. O Jorge fez notar precisamente isso: "O Edgar está a ver se apanha o ritmo". E eu, que parecia ter levado uma tareia (de certa forma levei) tentava racionalizar o efeito nefasto que duas semanas sem andar têm na minha capacidade física. Aparentemente foi maior do que antecipava... Provavelmente a volta da véspera e as picardias com o Gonçalo em Belas também não terão ajudado...

O percurso da próxima semana ainda não está decidido e fica, desde já, aberta a discussão. Por mim seria uma coisa mais para o soft, mas conhecendo a malta como eu conheço, tendo em conta que estão a andar muitíssimo bem e sabendo que andam danados para me deixar pregado numa das subidas da zona não me admirava nada que fossem buscar uma das etapas mais tramadas do cardápio... A ver vamos.

9 comentários:

  1. Olá MOINAS

    Mais uma jornada espectacular com um ambiente fantástico, momentos de sofrimento e um regresso a alta velocidade.
    Por convite meu já de algum tempo aos elementos "MOTO-AVENIDA" desta vez lá apareceram, pena foi a comparência de poucos. Espero que tenham gostado de fazer parte da nossa armonia domingueira e quando quiserem é só aparecer, pois seram sempre bem vindos.
    Quanto a volta do próximo domingo vou deixar aqui a minha opinião, já que estamos a passar o momento de verão poderia-mos ir até há ERICEIRA.
    Que tal!!!!

    Bons treinos e até domingo.

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  2. Bom dia pessoal
    A volta foi muito boa,depois de 2 semanas parado podia ter sido pior,mas as pernas aos poucos lá foram indo.
    Quanto a volta para domingo concordo com o chefe de fila,mas começando pelo cabeço da rosa,não é ir dar a volta a lisboa para se fujir á 1 subida do dia.
    Bons treinos.

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  3. Boas,

    parece me bem a sugestão do boss para a volta de Domingo.

    Ontem fui dar uma voltinha para esticar as pernas e aproveitei para passar no Pina e colocar um pneu novo, porque ultimamente os furos já eram mais que muitos.

    Hoje mais uma volta desta feita direito a Alhandra com um vento terrivel, viragem á direita para Arruda para começar a subir, chegada a Arruda fui pela primeira vez subir a Capelã, nunca tinha lá passado, e realmente o que falam é mesmo verdade, as rampas são mesmo terriveis, mas lá se fez, depois descida para arranhó, Bucelas, variante onde vi o Jorge, e mas á frente o Sr.Rodinhas(tb já o tinha visto ontem) e o Carlos do Barro, fiz a variante com eles até á rotunda dos Caniços, eles seguiram e eu fui para casa para um merecido descanso.

    Abraços a todos e treinem muito.

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  4. Há afinal era o Sr Luís Lopes, mal te conheci, andas disfarçado. Meus amigos a subida do MJ foi 5 estrelas, mas como sabem eu tenho que meter o meu ritmo, cada um sabe de si. Quanto à volta de Domingo Ericeira é uma boa ideia, subimos inicialmente pelo cabeço da rosa, para aquecer os crenques. Sábado lá estarei se não houver nada em contrario 8h nos caniços.

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  5. Boa noite, ou bom dia a todos os CICLOMOINAS!

    Ultimamente com muita pena e pesar encontro-me arredado das saidas ao fim de semana, por motivos de trabalho. Está a ser uma fase mais complicada, mas que espero e desejo passageira.
    Se conseguia pelo menos um domingo de 15 / 15 dias, ultimamente nem isso. Mas a curto / médio prazo vai-se resolver...

    Mas não tenho estado parado, tenho andado durante a semana pela nossa zona ainda que em treinos mais curtos...e por vezes na companhia do Luis (Midas).

    É com grande ansiedade que espero ver resolvidas algumas questões de trabalho para voltar á vossa companhia o mais breve e frequentemente possivel.

    Um GRANDE abraço a todos e bons treinos

    Rafael Monteiro

    PS - São 1:40h da manhã e cá estou eu a trabalhar...quer dizer agora tirei 5m para a bucha e escrever o que me vai na alma...

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  6. Parece que fica então a Ericeira.

    Querem fazer a volta mais comum, com ida e volta pela Malveira ou preferem incluir a Foz do Lizandro e Carvoeira no regresso?

    Abraço Rafael, continuação de uma boa bucha, se a tua leitura deste comentário coincidir com uma.

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  7. Boa tarde Moinas
    Parece que a malta não descansa, são treinos, mais treinos e ao domingo dar pau.
    Segundo sei o pessoal está a atravessar um bom momento de forma, o que é bom, pena não vos poder acompanhar.
    Um grande abraço para todos
    Gaza

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  8. Amigo Gaza,

    Espero que a recuperação esteja a correr da melhor maneira.

    para quando está previsto tirares a ferrugem á bike, ou ainda é muito cedo.

    Rápidas melhoras

    Abraços.

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  9. Viva meus amigos!

    Ben hoje levei o maior empeno da minha vida em estrada...Mais um treino na companhia do Luis "Midas" que por sinal está a andar como um foguete.

    Saimos da Póvoa - Alhandra - Arruda - CAPELÃ - Arranhó - Bucelas - Cabeço da Rosa e terminámos na variante.
    Juro que só volto á Capelã...não sei quando, aquilo é de doidos. Começamos muito bem, com o Luis sempre no comando e ganhando pouco a pouco ligeiro avanço que se tornou num fosso na última rampa digna desse nome...pois aqui moi, teve que pôr não uma mas as duas patas no chão...Incrível de pé não conseguia e sentado a roda da frente teimava em levantar. Cheguei a bater a 181 ppm mas ao fim de algum tempo passei para as 150 ppm e daí por mais que tentasse não conseguia sair...

    Isto tudo ás 16:30h quando o termometro marcava 34ºC.

    Para finalizar uma cola 0 em Vialonga e 2 dedos de conversa...

    Dados:
    53 km
    Máx 75 km / h
    Média (não é para rir ok) 22 Km / h
    Acumulado de subidas 700 m
    Cad média 64
    Cad máx 101
    ºC média 31 ºC

    Abraço

    Rafael Monteiro

    Amanhã e domingo é dia de trabalho...infelizmente

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