domingo, 7 de fevereiro de 2010

Pseudo-crónica da volta do Guincho

A volta deste Domingo contou com um número considerável de ciclistas ao juntar ao núcleo duro da equipa (de onde destaco a presença do ultimamente menos assíduo Rui Rato) um estreante (Pedro, “recrutado” pelo Carlos do Barro), um “foragido” dos tempos em que eu ainda não conhecia a equipa (o Hugo de Vialonga) e o Carlos do Barro, que se juntou ao pelotão na passagem por Sacavém. Numa etapa em que as dificuldades estavam reservadas à segunda metade do percurso o Carlos do Barro destacou-se naturalmente e lembrou a todos que o estatuto de trepador não é para quem quer, é só para quem pode.

Os primeiros quilómetros foram condicionados pelo cerrado nevoeiro que se abatera sobre a região, com consequências óbvias para a visibilidade; a do pelotão em relação ao trânsito e, mais crítica, a do trânsito em relação ao pelotão. Como se isto não bastasse surgiram uma série de pequenos contratempos que foram gorando as sucessivas tentativas de impor um ritmo certo e uma formação mais compacta. Primeiro foi um problema com um conta-quilómetros, depois uma corrente que saltou, mais à frente um problema com o aperto dos encaixes dos sapatos da brasileira...

A partir de Sacavém a coisa compôs-se e a ligação ao Terreiro do Paço fez-se sem grandes sobressaltos, com despesas do Alexandre e do Zé mas sem que o pelotão se apresentasse com a compactação desejável permitindo, de tempos a tempos, o adiantamento dos homens da frente sem que para tal estes imprimissem variações de velocidade perceptíveis. Num clima de uma certa apatia muitos optavam por não fechar os espaços que iam sendo criados e o pelotão foi-se descaracterizando. Um problema com outro conta-quilómetros obrigou a nova quebra de ritmo que, com a “ajuda” dos semáforos ao longo das avenidas 24 de Julho e da Índia, não voltaria a ser constante durante grandes períodos de tempo. Na saída para Paço de Arcos o Carlos da Póvoa deixou-nos por ter de chegar a casa um pouco mais e, um pouco mais à frente, foi a vez do Rui optar por voltar para trás por não se achar ainda em condições físicas próprias para percorrer a totalidade do percurso. A saída de dois foi, pouco depois, compensada com a entrada de dois companheiros de ocasião que seguiram com o grupo alguns quilómetros.

O vento que se costuma fazer notar na zona do Guincho não estava particularmente forte. Ao lado do Alexandre rendi o Carlos do Barro e conduzi o grupo até à entrada da subida da Malveira da Serra. Mais uma vez o pelotão fragmentou sem que a velocidade na frente tivesse sofrido grandes alterações. Logo no início e enquanto passávamos elementos de outra formação, constitui-se um grupo restrito composto por Carlos do Barro, Zé, Alexandre e um dos ciclistas que tinham integrado o pelotão na zona do Estoril que equipava uma Tarmac, se a memória não me falha. O Gazela também lá andava mas ter-se-á juntado um pouco depois de mim. Fiquei um pouco atrás com a ideia de fazer uma ascensão mas moderada mas acabei por recolar na frente sem grande esforço (perceptível, pelo menos) e por lá fui ficando. O nosso amigo da Tarmac marcou o ritmo até ao cruzamento com a Rua de Cascais, altura em que encostou à direita e quebrou o andamento, quase dando a impressão de que ficaria por ali. O Carlos do Barro seguia na roda e passou a assumir o comando do grupo a uma velocidade que, não sendo propriamente elevada, nunca haveria de baixar até ao topo da subida. A cerca de 300 metros da primeira fase de descanso deixei de conseguir acompanhar o Carlos e fui forçado a ficar. Nesta altura olho para trás e vejo o “Tarmac” a uns 50 metros de mim e opto por tentar recuperar o folgo e encontrar o meu ritmo. Quando ele me ultrapassa fá-lo sem me facilitar a vida (e bem!) mas consegui mesmo assim ir buscar força para me colar à roda e “” fazer o resto da subida. O espaço para o Carlos não aumentou, mas também não diminuiu. E não terá sido por falta de empenho do camarada de amarelo na roda do qual eu segui, cuja postura deixava agora transparecer algum desgaste.

No topo alocou-se tempo para neutralizar e em Colares houve nova paragem para o habitual café. Na subida para Sintra o Carlos liderou o grupo sem dar a mínima hipótese de contestação. Com o pedalar tipo “máquina de costura” que caracteriza os que se safam melhor em planos inclinados, definiu uma velocidade no início e manteve-a até ao fim, sempre sem aparentar fadiga e deixando a impressão que poderia perfeitamente ter arrancado e isolar-se quando quisesse. De outro campeonato, sem dúvida. Para mim bastou-me a satisfação de não ter descolado do grupo onde seguiam ainda o Alexandre, o Hugo, o Zé e o Luís (Focus). O Nuno por esta altura estava a tentar lidar da melhor forma possível com um problema muscular, com um dos “pistões” a dar mostras de querer “colar”. Não admirou, portanto, que daí em diante o ritmo baixasse significativamente e que a preocupação passasse a ser a de não deixar o rapaz desamparado. Principalmente ele que, como o Jorge referiu e bem, sempre foi dos mais prestáveis na hora de prestar auxílio aos em maior dificuldades.

Na descida para Ponte de Lousa houve ainda tempo para uma saudável picardia entre mim, o Zé e o Gazela, que acabamos assim por cavar um fosso considerável para o grosso do pelotão obrigando a nova neutralização no alto de Guerreiros.

No geral, e tirando as quebras de ritmo constantes da primeira parte da volta, faço um balanço positivo da volta. Penso que posso falar pela equipa agradecendo a todos a vossa presença, em especial ao estreante e ao “retornado” ;) Serão sempre bem-vindos.

Para a semana vamos a Scalabis, com ida por Benavente e vinda pela Azambuja. Detalhes para breve.

7 comentários:

  1. Muito bem Felizardo, continuo a admirar as tuas crónicas, e um bem haja para a tua dedicação e paciência, que tal no sábado fazer-mos uma abordagem ao montejunto mas nas calmas, claro que terá que haver condições climatéricas, aguardo resposta, em caso afirmativo é por no blog. Um abraço.
    Jorge

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  2. Queria agradecer a todos por terem esperado por mim hoje fez-me lembrar quando comecei a andar grandes empenos.
    NOTA"AMIGO GAZELA A 50 NAO ESTA ESQUECIDA"
    Um abraço a todos.
    Vamos fazer uma perninha a montejunto se calhar é isso que me faz falta ou outro empeno mas é na boa.
    NUNO

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  3. Viva!

    Montejunto ao ralenti parece-me uma boa sugestão. Se estiver bom tempo eu alinho.

    Abraço.

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  4. Bom dia Malta

    Mais uma boa cronica,de uma boa volta
    Irei estar ausente nos dois proximos fim de semanas, para carregamento de Baterias, mas aproveito para treinar em altitude.

    Nuno, espero que estejas melhor do empeno, aqui fica o meu email socimendes@netvisao.pt .
    Sobre a 50 claro que não está esquecido :)

    Bons treinos e boas volta
    Um abraco

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  5. Na sexta Feira digo alguma coisa se vou no sabado ao JOrge.
    No entando quero Agradecer pela rodinha do Gazela a subir CASCAIS que foi exelente.
    E pelo Hugo que nada o o faz frente ?
    Tanto a subir como a rolar 5 estrelas

    Alexandre Silva

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  6. Boa noite pessoal
    Amigo GAZELAisto esta mal abri o musculo mal consigo andar tenho a perna boé inchada até sabado ade melhorar carrega bem as baterias que para a gewnte gastalas

    NUNO

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  7. Olá a todos
    Finalmente, neste passado Domingo juntei-me ao grupo Ciclomoinas, para uma volta que se apresentava à partida um pouco exigente, quer pela sua extensão quer pelo seu traçado, sobretudo a partir do Guincho, com o inicio das subidinhas, a minha dor de cabeça....
    Posso dizer que cheguei a Vialonga, já um pouco empenado, talvez pela extensão ou talvez pelas mudanças de ritmo, devidas à lesão do Nuno, mas vou mais para a 1ª hipótese.
    Bom, em resumo, posso dizer que gostei da experiencia de pedalar no grupo, onde fui muito bem recebido e onde se nota muito bem o companheirismo, que por si só será para repetir e tornar-se num habito, as presenças em Alverca ao Domingo pelas 8 da manha.
    Continuação de boas pedaladas,
    As melhoras para o Nuno, e Domingo se o tempo o permitir lá estarem para a volta de Santarém.

    Um abraço a todos

    Pedro Fonseca

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