segunda-feira, 27 de setembro de 2010

À volta de Montejunto

Mais uma etapa marcada por uma forte adesão, com cerca de 25 pessoas a  responderem à chamada. Apesar do terreno acidentado, do muito vento que se vez sentir (especialmente na primeira metade do circuito) e de os vários compassos de espera para reagrupamento a média final rondou uns respeitáveis 29 km/h. Infelizmente esta volta acabaria também por ficar associada a uma situação menos desejável que merece ser endereçada o quanto antes.

 First things first, como dizem os aglo-saxónicos. Depois da paragem para o café, a meio da volta, o pelotão partiu sem que ninguém se apercebesse, na altura, da falta de dois elementos, o Francisco e o seu amigo Alexandre, da Isaac Pascal. Só no fim da volta, já sentados no café em Alverca, alguém notou que o Francisco passara naquele momento na estrada o que provocou de imediato algum mal estar entre os presentes, que deduziram que ele e o Alexandre não partiram ao mesmo que os restantes. Tratou-se, obviamente, de uma situação não intencionada pela qual peço, em meu nome e da equipa, as mais sinceras desculpas. É certo que com a quantidade de pessoas que têm aparecido nos últimos tempos se torna difícil para nós "tomar conta" de toda a gente mas também devia ter havido o cuidado de verificar se tinha ficado alguma bicicleta parada.

Algumas horas antes, em Alverca, foi altura de experimentar as peças de referência do novo equipamento Ciclomoina  para determinar qual o tamanho mais indicado para cada um. Não menos merecedor de nota foram os regressos saudados do Gazela, depois de longa ausência devido a lesão, e do Marco, que também esteve afastado das voltas de Domingo por motivos profissionais.

Partida, largada... Não foi preciso percorrer muitos metros para antecipar que o vento iria condicionar o andamento. Aliás, para quem como eu se deslocou até Alverca de bicicleta esse era já à muito um dado adquirido. O tratamento do dia anterior, que eu e o Jorge recebemos ao longo de 110 km nas mãos (pernas?) do Freitas, não inspirava grande confiança. Os músculos estavam especialmente doridos devido à minha nova obsessão por treinos em rotação, que consistem em pedalar com uma cadência acima do limiar confortável (leia-se mais de 100 r.p.m.) com o intuito de "secar" as pernas. Pensei, no entanto, que se me mantivesse "escondido" conseguiria de alguma forma mitigar as fragilidades herdadas da véspera mas depressa percebi que, tal como vento, o que não faltava por ali era gente folgada e disposta a... carregar. Os "culpados" foram essencialmente quatro: O Midas, o Nuno, o Vidal e o Pedro Fonseca, ajudados de tempos a tempos por outros, é certo, mas que foram os principais responsáveis para que à passagem pela rotunda em Alenquer já faltasse gente. O Jorge, que já sabe o que a casa gasta, apercebeu-se de que o ritmo era perigosamente alto e seguiu no seu passo. Apercebendo-me da situação esperei e fiz com ele a pequena subida no interior da vila, alcançando o grupo, que entretanto reduzira a velocidade em espera, na passagem da Ribeira de Alenquer. Mas o ambiente era volátil e não tardou a que se acendessem rastilhos, que apesar de não durarem muito uma vez expostos ao vento na frente foram incentivando iniciativas semelhantes culminando com velocidades estonteantes à passagem pela localidade de Cotovelo. Quão estonteantes? Eu que segui a roda do líder no referido local fiquei depois parado cerca de 4 minutos à espera do Jorge, que mais uma vez não foi na cantiga. Mandou-me seguir, que sabia bem o caminho. Não me pareceu sequer vantajoso para mim perseguir sozinho o pelotão, quanto mais deixa-lo sozinho com a mesma missão e por isso fiz por tirar o melhor partido daquelas circunstâncias e servir de, e há falta de melhor palavra, "corta-vento".

Seria já antes do topo de Casais de Cutarela, antes da descida para Vila Verde dos Francos, que iríamos apanhar os elementos mais recuados do grupo, em modo espera. De novo em pelotão compacto fizemos a descida celeremente e fiquei a saber que o Nuno tinha andado a entortar os raios da roda da frente contra a bicicleta do Caetano. Um pequeno empeno, nada de mais.
De Vila Verde em diante era terreno desconhecido para mim, à excepção de uma pequena parcela na zona de Pragança. Quando o terreno começou a ser mais acidentado o pelotão voltou a fragmentar-se e assim iria manter-se até ao Cercal. É que apesar das várias tentativas para reagrupar a integridade durava tipicamente alguns segundos, muitas vezes sem intenção por parte de quem conduzia o grupo.

Na pausa do café, algures antes da Ota, houve ainda quem testemunhasse a má sorte de mais uma vítima dos pedais de encaixe, a ser presenteado com uma aparatosa queda a quase... 0 km/h. Partida precoce, deixando dois homens para trás, e em velocidade crescente. Na entrada do Carregado já ia tudo de dentes cerrados e a marcar posições com o Pedro de Alverca a definir o andamento. À saída da vila o Tomané resolve abanar ainda mais o vespeiro e daí para a frente não mais houve descanso. Apesar do andamento elevado ainda surgiram uns esticões vindos de trás por parte do Nuno, do Pedro Fonseca do Marco (já tinha saudades dos seus abanões) e do "chaval" da Berg este último a deixar pouco depois a ideia de se estar a ressentir do joelho direito. Os cartuchos iam, assim, sendo queimados na frente. Dos seis que seguiam à no Carregado à frente do António "Rodinhas" (cuja roda "agarrei" com "unhas e dentes" ) sobravam agora dois à entrada de Vilafranca. O grupo era agora liderado por um companheiro que equipava amarelo (não me lembro de que equipa) que informou que voltaria para trás na rotunda. O ritmo baixou abruptamente quando este abdicou, sem ninguém para dar continuidade ao andamento até então pautado. Na aproximação à conhecida placa de V. F. X. saí em sprint mas, infelizmente, sem qualquer oposição.

Próxima semana vamos para o Guincho. Pormenores em breve.

6 comentários:

  1. A crónica é factualmente verdadeira eu confirmo, fui ajudado pelo amigo Edgar, ninguém tem qualquer culpa das situações presentes, também não quero estragar o prazer que alguns ciclomoinas têm em dar uns apertos ao andamento, mas vou continuar a fazer o meu ciclismo aos Sábados porque tenho muito prazer em andar de bicicleta e não me vou condicionar no sentido de aparecer aos Domingos como um campeão!??? com excepção nas nossas voltas clássicas que terão outra exigência, sei que por vezes é constrangedor sermos apontados por andar no elástico, e não acompanhar na frente os bravos, mas como tudo na vida temos que fazer opções, no entanto conto com a colaboração de amigos, "mas não perguntem por favor então estás empenado???, ora amigos um homen que já conhece as suas capacidades e as dos outros , sabe qual o momento que se deve reguardar para não pedir que o venham buscar". Para concluir ja vi muitos ciclistas a dar o seu melhor e ficarem a pé, portanto vamos ser mais comedidos, porque não se perde nada. Um abraço aos ciclomoinas e acompanhantes.

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  2. Olá Moinas

    Cada domingo que passa se vai notando um maior numero de elementos ao encontro dos MOINAS.

    O grupo "CICLOMOINA" é cada vez mais uma referência no mundo do ciclismo amador.

    Quanto á volta, um espetaculo com momentos de pura adrenalina e de verdadeira camaradagem, excepto um momento menos bom quando que foi o esquecimento de dois elementos na saída do café.

    Fica aqui as minhas desculpas pois quando são muitos elementos é um pouco difícil controlar toda gente.

    Bons treinos e até domingo.

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  3. Francisco Pereira27/09/2010, 23:10:00

    Mais uma volta domingueira na companhia de pessoal à maneira. Até rimou e tudo, hehehe...
    Em relação ao que se passou após a paragem para o café, paciência. Para a próxima correrá melhor. Eu bem me esforcei para tentar reagrupar, mas o melhor que consegui foi avistar o pelotão a +- 300 metros, altura em que o Alexandre não mais conseguiu seguir na minha roda e tive de dar a perseguição por terminada. Daí até Sacavém vim sempre na frente para tentar resguardá-lo o mais possível. Chegámos bem e isso é o mais importante.
    No próximo Domingo já sabem, vão ter de pagar a factura!
    Um abraço.

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  4. Francisco Pereira27/09/2010, 23:19:00

    Já me esquecia de referir, em Alhandra ainda tivemos uma paragem forçada. Estavam dois jovens que tinham furado e não tinham bomba. Lá fizemos a boa acção do dia, com os jovens a agradecer.

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  5. Bom dia Moinas
    No Domingo, lá fiz o meu regresso á bicicleta.
    Foi com grande prazer que verifiquei que a concentração em Alverca tem bastante gente, e rever algumas pessoas.
    Não era minha intenção fazer a volta com o grupo, pois a minha condição física depois de 4 meses e meio parado não seria a melhor, apesar de alguns incentivos para a fazer, optei por seguir com o grupo até Alenquer, e depois seguir sozinho.
    Até Alenquer correu tudo bem, mesmo sentindo que em certas alturas o andamento não seria o mais indicado para a minha condição física, mas espero recuperar o mais breve possível.
    Um grande Abraço a todos
    Gaza

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  6. Viva Moinas!!

    Em primeiro lugar quero pedir desculpa ao amigo Gazela pois estive a "convidá-lo" para ir pedalar comigo e depois não apareci...
    mais uma vez a vida pessoal teve de estar à frente da bike...
    Em relação aos equipamentos neste domingo se nada se alterar entretanto (e espero bem que não!!) vou então "provar" o nosso novo fato!!
    Em principio irei também com o pessoal e voltarei para trás no Guincho por isso se a "equipa B" quiser poderemos fazer essa volta!
    O que dizem "B's"??

    Grande abraço a todos!
    Paulo

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