A todo o gás

A volta do passado Domingo, que levou o colectivo rosa a Coruche, não permitiu grandes prosas. Exceptuando a paragem para café na referida freguesia escalabitana e os minutos que antecederam a partida em Alverca contam-se pelos dedos das mãos as palavras trocadas entre os participantes no decorrer da etapa. Para tal muito terá contribuído a velocidade média anormalmente elevada, que forçou um estado de alerta permanente e dissuadiu todo e qualquer outro tipo de actividade menos eficiente do ponto de vista desportivo.

Foram poucos os Ciclomoina que se apresentaram frente café "O Forno" à partida. Ausências de muitos habituais, normais em altura de férias, embora a antecipação da partida excepcionalmente para as 7 horas também não deva ter ajudado. Para compensar, no entanto, contou-se com a presença de três estreantes, entre os quais o "chaval da berg" do comentário da entrada anterior do blog, que foram encaminhados até nós pelo Joaquim Castro.

Inicio típico, com aquecimento até V.F.X. onde o estimado fundador da nossa equipa viu-se obrigado a voltar à base por motivos já explanados. Transposto o desconfortável tapete vilafranquense a condução do grupo foi sendo partilhada entre os vários habituais, em especial o António, que se sente particularmente bem nesse tipo de terreno. Já depois do Porto Alto e na aproximação ao Infantado viria a surgir a única contribuição dos estreantes na frente do pelotão, quando um dos elementos tomou a dianteira e conduziu o mini-pelotão ao longo de alguns quilómetros. Daí para a frente haveria de sobrar para os do costume, não por falta de vontade em ajudar por parte dos restantes mas porque o ritmo era exigente mesmo para seguir na roda. Assim, as despesas recaíram nos mais "folgados", nomeadamente sobre o António, o Midas, o Pedro Fonseca e eu próprio que, não facilitando na "dose", entregámos o grupo às portas de Coruche com 34 km/h de média. Valor interessante tendo em conta que contabiliza a ligação a Vila Franca em ritmo propositadamente baixo.

Na paragem para o café deu para notar o rosto pálido do Jorge que foi distribuindo "elogios" às locomotivas e queixou-se do "tratamento" que acabara de receber, naquele que ainda por cima foi o dia do regresso à estrada depois das Férias. Lembrando-me de ter passado por uma situação semelhante aquando a última subida a Montejunto pela abrigada não pude deixar de sentir alguma empatia e... de me rir descaradamente...

O regresso haveria de ter uma toada semelhante, com o António a mostrar-se inconformado com a tendência de descida da média. Mas as pernas começavam a acusar os quilómetros e apesar da vontade em ajudar começou a faltar "carne" para pôr no "assador". Consequentemente, sobrou mais despesa para menos pessoas. Até Benavente calhou-me uma fatia bem grande do "Bolo", e quando me deixei descair para a cauda do grupo pela primeira vez em muitos quilómetros após ter dado por terminada mais uma passagem pela frente houve quem temesse pela minha condição e me questionasse sobre a mesma. Estava bem, a margem de manobra é que já não era muito grande pelo que "meti folga" até ao regresso a Vila Franca. Resguardei-me como pude na penosa recta do cabo e na passagem pela ponte tive de me aplicar para evitar o brilharete do companheiro da Berg que, depois de andar "escondido" durante toda a etapa, tentou "roubar a taça", como diria o nosso amigo Alexandre.

Regressou-se a Alverca com uns respeitáveis 33 km/h, antes da paragem para hidratar o corpo e dissecar a história da etapa. Bom tempo, boa companhia, boa média. Excelente manhã de ciclismo.

Próxima etapa: Santarém. Pormenores já amanhã.