segunda-feira, 22 de março de 2010

Clássica de Évora: um apontamento

Como integrei a Clássica de Évora deste ano não vou poder fazer a habitual crónica da volta dos Ciclomoina. Se quiserem ter uma ideia de como correu a volta de Alcochete podem ler o comentário bastante descritivo que o Luís Lopes fez no tópico anterior. Fica aqui o meu agradecimento pela contribuição e um incentivo a futuras participações. Também me vou baldar a fazer uma crónica da clássica por dois motivos. O primeiro depreende-se com o facto de o Ricardo Costa estar com certeza a preparar a crónica do referido evento com a qualidade que lhe é reconhecida, perante a qual uma eventual pseudo-crónica da minha autoria se afiguraria, na melhor das hipóteses, como "ruído". O segundo deve-se a uma incapacidade clara da minha parte em recordar com a precisão necessária as incidências da clássica. Isto porque o meu discernimento durante a etapa foi claramente afectado pelo elevado ritmo com que a mesma se desenrolou.

Poucos mas bons (a maioria, pelo menos)

Como tinha sido adiantado no Conversas de Ciclista o perfil da etapa é ao jeito de roladores possantes. Na prática, no entanto, a situação acaba por ser um pouco diferente. Se o mesmo trajecto fosse abordado por um pelotão profissional veríamos, certamente, as equipas com sprinters a tomar o controlo das operações e a impor um andamento elevado, por forma a desencorajar tentativas de fuga, e constante, com o intuito de resguardar dos "abanões" os mais capazes de discutir as chegadas.

Na clássica houve ritmo elevado mas longe de ser constante e, portanto, longe de servir os tais roladores possantes, o que acabou por esbater a vantagem teórica que estes teriam à priori. Não me considero um rolador muito possante mas, pelas minhas características físicas, acabei por sentir as mesmas adversidades. No sobe e desce constante que começa ainda antes de Montemor os mais pesados desperdiçavam muita energia pois viam-se obrigados a responder às acelerações propositadas a meio de praticamente todas as subidas para depois nas descidas serem muitas vezes forçados a travar. Uma única faixa de rodagem foi pouco para albergar tanta gente e frequentemente não sobrava largura para transpor os levezinhos quando o terreno inclinava para baixo. De vez em quando lá se ia ouvindo um grito de protesto "Epá, deixem embalar".  E assim, sempre que a mão ia ao travão lá se perdiam uns Joules.

  Apanhado em flagrante ;) Até os melhores precisam de uma mãozinha de vez em quando.

E quanto aos Ciclomoina? De uma maneira geral penso que estiveram bem. O Alexandre continua a "passear" o seu actual momento de forma e terminou a clássica no grupo da frente. O Luís foi o que mais evoluiu face ao ano passado e está também de parabéns por ter chegado no segundo grupo a escassos minutos dos primeiros. O Zé, apesar do desgaste que a profissão lhe tem imposto nos últimos tempos, cumpriu o objectivo a que se tinha proposto e os 135 km da jornada. O Tomané depois de ter perdido o contacto com os primeiros grupos teve a força de vontade necessária para percorrer cerca de 40 km a solo e merece, também por isso, a nossa admiração. Para termos uma ideia do nível da prestação do Jorge basta lembrar dois números: a idade e a distância que percorreu em pouco mais de quatro horas. 5 estrelas.

Em relação a mim fica a ideia de que tinha obrigação de ter feito melhor e que acabei por trair, de certa forma, alguma expectativa em mim depositada. E só tenho a mim para culpar, ainda mais tendo cometido o erro crasso de ter descuidado a hidratação e alimentação.

 'tá feito!
 
Próximo Domingo vamos a Montejunto se a meteorologia concordar connosco. Detalhes para breve.

2 comentários:

  1. Boas,

    Não posso deixar dar os parabens aos seis elementos que tiveram a coragem de participar nesta classica, sem duvida muito dura.

    Cumps,

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  2. Grande epquipa !

    Deixo aqui os meus agradeimentos ao pessoal do vosso seio que veio comigo a apoiar me e a ajudar-me, não fixei os nomes do dois atletas da vossa equipa que vieram junto de mim mas foram fantásticos, obrigado.

    Cumprimentos Diogo Fonseca

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