Equipa primeiro, média depois

A participação dos Ciclomoina no 2º encontro do CPCD do passado Domingo ficou marcada por algumas contrariedades. Desfalcada logo à partida por um cancelamento de última hora a equipa viria ainda a ressentir-se do abandono prematuro do nosso estimado enfermeiro Rafael e das dificuldades físicas do Nuno, a braços com um problema de saúde que também não deve ter ajudado.

Os primeiros quilómetros foram percorridos a velocidade adequada. Não muito baixa, de modo a incutir logo à partida alguma seriedade na abordagem à prova, mas também não propriamente alta,  para possibilitar uma correcta ambientação. Ainda assim foi logo por volta do km 40 que Rafael deu mostras de estar num daqueles "dias-não" (pelos quais já todos passamos, diga-se) e optou por regressar à base. A decisão não foi muito contestada porque todos percebemos que a mesma serviria melhor o próprio e que forçar os restantes 100 quilómetros, mesmo que a um ritmo mais baixo, seria certamente penoso.

Os seis que ficaram estavam determinados a minimizar o risco de perder mais alguém mas sem que com isso o andamento tivesse passado a ser de passeio. Nada disso. Aliás, tirando raras excepções na recta do cabo e na aproximação a Benavente onde houve falhas de comunicação (os auscultadores nos ouvidos não ajudam em nada e são uma má ideia para estas alturas, como acho que o Nuno acabou por reconhecer) houve bons momentos de entendimento, especialmente de Salvaterra até à fatídica subida entre Coruche e o Biscainho onde, mais uma vez, se expuseram as debilidades dos mais desgastados. O Nuno não conseguiu esconder o cansaço numa secção que não deveria constituir problemas para ele em situações normais e percebeu-se logo ali que não iria ser fácil subir os 33.3 km/h de média registados à passagem por Coruche.

Voluntarioso como lhe é reconhecido ainda passou pela frente por breves momentos quando a sua vez chegou mas foi rapidamente aconselhado a resguardar-se na traseira do grupo e a aí permanecer até ao final da prova. Mas nestas situações já se sabe, quando se dá mostras de quebra muito raramente se observa uma recuperação. E assim, à passagem pela rotunda do Infantado, o nosso companheiro mostrava grandes dificuldades em prosseguir, chegando mesmo a expressar a intenção de seguir sozinho até Alhandra. Passou-se ali um período de impasse em que se tentava decidir o que fazer e, confesso, na altura não me pareceu muito mal seguirmos reduzidos a cinco mas vendo as coisas agora com a devida distância (e sem a pressão imposta pelo desconforto acumulado dos quilómetros que parece duplicar quando forçamos um ritmo mais baixo que o que nos é possível) parece-me que tomamos a decisão certa. Felizmente tinha comigo pessoas cujo julgamento não parecia turvado pelas mazelas da prova, como o Luís Lopes, que foi peremptório a lembrar a mim e aos outros que o importante era o espírito, a equipa e que se lixe a "taça" dos  km/h. E foi assim que assumidamente mandámos a média às urtigas e iniciámos a que foi, para mim, a fase mais penosa de todo o percurso em velocidade, agora sim, de passeio quando o corpo pedia era mudanças pesadas e muita carga. 

Entregue a "encomenda" em Alhandra, a ligação à Póvoa foi feita a uma velocidade mais próxima do que seria a média da etapa tivessem sido as circunstâncias menos adversas, e sem grandes correrias, até porque não seriam aqueles 10 km a fazer a diferença.

No final as boas sensações de participar em mais um encontro do CPCD contrastavam com a "tareia" de 4h16min, mais coisa menos coisa. Obrigado aos que se dispuseram a participar e partilhar mais esta aventura.

P.S.: Para a semana não há nada marcado. Eu não sei quanto a vocês, mas eu estou farto de planícies. Apetecia-me ir fazer uns quantos topos aqui na região mas não é obrigatório. Sábado tenho de ir à Ota (em busca do selim perfeito, episódio 3) mas estou a pensar sair mais cedo (7h00) e despachar-me da loja do Miguel a tempo para ir ao encontro do resto da malta, que não deve estar muito virada para ir para aqueles lados outra vez.

P.P.S.: Ah, Quinta-feira também há volta. 8h em Alverca, ao que parece. Decide-se a volta depois?

Cumprimentos